As preparações começaram de manhã bem cedo! Com a ajuda dos
nossos amigos da Renovar a Mouraria, a Carla e o Hugo, começamos por construir os
cenários da peça “O Tesouro”, conto infantil elaborado
pelo escritor português Manuel António Pina.
Seguiu-se a organização da exposição, um dos pontos
mais altos das nossas comemorações para os 40 anos do 25 de Abril de 1974. Prolongando-se até ao
final do ano lectivo, aqui, as memórias ganham vida, e os visitantes podem realmente ver e compreender o nosso empenho durante os últimos
dois meses.
Nas paredes da sala estão afixados não só desenhos alusivos
às temáticas da Revolução Abril, como os retratos dos militares de Abril ou, em
particular, de pessoas ilustres deste período histórico como Salgueiro Maia, mas
também todos os documentos de arquivo que nos ajudaram a conhecer melhor este feito!
As canções de intervenção do Zeca Afonso, os poemas de Sophia de Mello Breyner
e de Ary dos Santos, registos biográficos, fotografias, recortes de jornais,
entre outras coisas.
Iniciámos a apresentação por volta das 15h. A audiência enchia a sala! Entre os alunos e as professoras, estavam também os convidados especiais: João Soares, político português nascido na Mouraria; João Cortes, Director do Agrupamento de Escolas Gil Vicente e a Eduarda Dionísio, escritora e responsável pela Casa da Achada-Centro Mário Dionísio.
Iniciámos a apresentação por volta das 15h. A audiência enchia a sala! Entre os alunos e as professoras, estavam também os convidados especiais: João Soares, político português nascido na Mouraria; João Cortes, Director do Agrupamento de Escolas Gil Vicente e a Eduarda Dionísio, escritora e responsável pela Casa da Achada-Centro Mário Dionísio.
A primeira parte focou-se na leitura de poemas inspiradores.
Excelentemente introduzidos pelo colega Garcia, declamámos vários versos que incidiam especialmente sobre a
chegada da Revolução naquela madrugada de Abril.
De seguida, a turma do 4º ano apresentou “O Tesouro” que nos
fala desse bem precioso que se chama liberdade.
No final,
conversámos com João Soares. De seu nome completo, João Barroso Soares, nasceu
na clínica de São Cristóvão (bem perto da nossa escola!) em 28 de Agosto de
1949. É advogado, deputado à Assembleia da República e Presidente da Assembleia
Parlamentar da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa.
O à-vontade
que João tem connosco advém provavelmente da sua vida familiar, já que os
filhos têm a nossa idade. Descontraído e com uma postura muito informal, o
político lisboeta elucidou-nos sobre as reais e infelizes situações durante
a ditadura.
Filho de
Mário Soares, ex-Presidente da República Portuguesa entre 1986 e 1996, não foi
em vão a sua contribuição neste dia. É que o seu pai foi um activo resistente
da ditadura. Também advogado, defendeu inúmeros presos políticos e representou
a família do General Humberto Delgado na investigação do assassinato deste
candidato, contribuindo, por isso, para a denúncia da PIDE como responsável do
crime.
Em consequência do combate ao regime,
Mário Soares foi preso 12 vezes pela polícia política, deportado sem julgamento
para a ilha de S. Tomé em 1968 e, dois anos mais tarde, forçado ao exílio em
França.
Em 1973, realizou-se a fundação do Partido Socialista (PS), do qual Mário Soares foi eleito Secretário-Geral durante vários anos. Três anos mais tarde, assume o cargo de primeiro-ministro do I Governo Constitucional (1976-1977), quando o PS ganhou as primeiras eleições legislativas efectivamente democráticas.
Em 1973, realizou-se a fundação do Partido Socialista (PS), do qual Mário Soares foi eleito Secretário-Geral durante vários anos. Três anos mais tarde, assume o cargo de primeiro-ministro do I Governo Constitucional (1976-1977), quando o PS ganhou as primeiras eleições legislativas efectivamente democráticas.
Estes e outros episódios vividos por João
Soares - antes, durante e após 1974 - demonstraram-se fundamentais para a
transmissão de uma opinião realista e bem fundamentada sobre o valor do 25 de Abril para o
futuro, hoje presente, de Portugal, a qual agradecemos profundamente.
João Soares, político lisboeta, contou-nos alguns episódios que ocorreram no dia da Revolução |
Incansável, a D. Ermelinda esteve presente em todas as nossas actividades! |
"E como pode
alguém viver sem liberdade? Como é possível?, perguntavam às pessoas que viviam no País das Pessoas
Tristes. E então explicavam-lhes: naquele país as pessoas não podiam fazer
o que queriam, nem podiam dizer o que pensavam ou o que sentiam. Nem sequer
podiam contar esse segredo a ninguém… Até que um dia chegou em que, no País das
Pessoas Tristes, as pessoas decidiram reconquistar o seu tesouro"
O Tesouro, Manuel António Pina