Quarta feira, 26
de Março de 2014:
A sala já está preparada para nos receber. As mesas estão
arrumadas junto à parede lá atrás e o computador ligado ao projector. De que se
tratará hoje a nossa conversa?
Com um clique no teclado, uma imagem sob a forma de
cronologia é projetada no quadro:
- Hoje vamos falar dos acontecimentos que antecederam a
Revolução, diz a Professora Carla, iniciando a sua apresentação.
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A Professora Carla descreveu os momentos mais marcantes que antecederam a Revolução de Abril |
O movimento que, no dia 25 de Abril de 1974,
derrubou Américo Tomás e o governo de Marcelo Caetano, marcou uma mudança na
vida de todos os portugueses. Este golpe militar concretizou-se na sequência de um conjunto de contestações e
dificuldades presentes diariamente desde a construção do Estado Fascista, entre
elas, o colonialismo português o isolamento internacional do governo.
Contudo, foi graças à Revolução que
finalmente chegou a Portugal a tão querida Democracia.
Ao longo dos anos, foram várias as tentativas para derrubar
a ditadura. Um dos exemplos mais marcantes foi as eleições presidenciais
de 1958. Em oposição ao aspirante do regime salazarista, candidatou-se o
militar Humberto Delgado que, sem medo, concorreu na tentativa de transformar o
sistema vigente.
Infelizmente, o resultado eleitoral não lhe foi favorável devido à contagem que se mostrou fraudulenta. Em 1965, Humberto Delgado dirigiu-se à fronteira espanhola para reunir-se com um grupo de opositores ao regime. Infiltrados, vão também agentes da PIDE que acabam por assassina-lo bem como à sua secretária.
Entretanto, em Janeiro de 1960 concretizara-se o conhecido episódio da Fuga de Peniche. Graças a uma brilhante capacidade de organização e coordenação entre os prisioneiros, dos quais se destaca Álvaro Cunhal, conseguiram fugir de uma das prisões mais controladas durante o fascismo dez dirigentes políticos, comprovando assim, a ineficácia do regime prisional no que respeita ao reforço da segurança e sujeição dos presos ao isolamento.
Em Fevereiro de 1974, o general António de Spínola publicou as suas ideias sobre a política colonial portuguesa, segundo ele demasiado dispendiosa, num livro intitulado “Portugal e o Futuro”. Desta forma a guerra nas colónias africanas tornava-se gradualmente num assunto fortíssimo de discussão entre as forças opositoras.
A luta dos trabalhadores e dos estudantes, o
descontentamento das Forças Armadas e a própria atrapalhação dos próprios
ministros, colocaram o governo entre a espada e a parede.
E o 25 de Abril aconteceu.
Mas este não é um simples
acontecimento. É um grande feito histórico cujas experiências e valores
continuam indispensáveis para todos nós. Se não fosse o regresso da liberdade:
- As escolas continuavam
divididas;
- Os professores continuavam
a dar castigos muito severos às crianças;
- A televisão, os jornais e
a rádio continuavam a ser controlada pela censura;
- Não podias discutir
livremente nem criticar o governo;
- A publicação dos trabalhos dos escritores, jornalistas, cantores, compositores, entre outras profissões, dependiam da decisão da polícia política, pois não deviam mostrar-se opositores do regime;
- Aos 18 anos, os rapazes eram obrigados a cumprir o serviço militar - a tropa - como forma de preparação para a guerra;
Já imaginaste?







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