março 23, 2014

"Que não sou um pintor, mas só alguém que também pinta" - Uma visita à Casa da Achada - Centro Mário Dionísio

Terça-feira, 11 de Março de 2014:

Achada: acto ou efeito de achar; planície no cimo de uma montanha; planalto; platô; pancada com uma acha de lenha ou com uma acha-de-armas.

Maquete para a tapeçaria «Ribeira do Tejo», 1950

Afinal, qual é a relação entre a designação de Casa da Achada com o Centro Mário Dionísio que estamos prestes a visitar? Será que se deve ao facto do local se encontrar numa «planície ou terra baixa e plana» como definiu Viterbo? É possível.

A Casa da Achada - Centro Mário Dionísio – começa por explicar Eduarda Dionísio – nasceu do desejo e intenção de mostrar às pessoas do bairro e arredores, o espólio literário e arquivo pessoal do pintor, escritor e professor Mário Dionísio. Aqui podem encontrar desde livros, quadros e outras obras muito importantes que ajudam a compreender quem foi este ilustre artista português.

Nascido em Lisboa, mais precisamente nos Anjos, no dia 16 de Julho de 1916, Mário Dionísio viveu uma infância muito feliz, entre as máscaras que o pai lhe vestia e a vida de estudante, primeiro no Liceu Camões, no Liceu Gil Vicente e mais tarde em Évora, lugares importantes para a adopção de uma postura contra a ditadura.

Para além da sua actividade como professor do ensino liceal e secundário, Mário Dionísio teve uma forte ligação à pintura e às artes plásticas. Na verdade, muitos dos quadros que integraram várias exposições (sempre muito controladas pela censura) estão presentes nesta sala!

É o exemplo curioso da obra «Pintura» que, construída  a partir de uma outra que já teria sido criada anos antes, viria a ser apreendida pela PIDE durante a II Exposição de Artes Plásticas em 1947.
 
Mas as obras deste artista não ilustravam apenas os problemas da sociedade daquela época, refere Eduarda. Para comprovar a versatilidade do pintor, mostra-nos não só os retratos que fez da sua esposa Maria Letícia e filha nos anos 40, que nada tinham que ver com o carácter interventivo de outros quadros, como também algumas pinturas abstractas cheias de cor mas que, por não terem figuras, tornavam-se um pouco difíceis de compreender!
 
Logo de seguida, somos surpreendidos pelo Coro da Achada que cantou o poema «Gafanhoto Caracol», demonstrando assim, que a Casa da Achada também tem um lugar para a música popular portuguesa!
 
Terminada esta primeira parte, estavam já à nossa espera três amigos do Centro Mário Dionísio que tinham preparado dois jogos que participaríamos alternadamente entre os dois grupos. Enquanto uns, através de uma pista, teriam de encontrar um quadro e “redesenhá-lo”, outros procuravam na biblioteca do artista, pistas escondidas nos livros que, colocadas na posição correta, ilustravam a capa de um conto que seria lido no fim do jogo.
 
Lá fora, no terraço, um grande mural esperava pelas nossas pinturas! Era a nossa vez de, com pincéis e tintas coloridas, desenhar à vontade da nossa imaginação.

No coração do bairro da Mouraria, a Casa da Achada – Centro Mário Dionísio convida grandes e pequenos a sentar, a ver, a escolher e a admirar a inspiradora obra artística de Mário Dionísio!



Eduarda apresentou-nos a vida e a obra do seu pai: o artista português Mário Dionísio






Música Popular Portuguesa da autoria de Mário Dionísio cantada pelo Coro da Achada













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