Terça-feira, 11 de Março de 2014:
Achada: acto ou efeito de achar; planície no cimo de uma
montanha; planalto; platô; pancada com uma acha de lenha ou com uma
acha-de-armas.
Afinal, qual é a relação entre a designação de Casa da
Achada com o Centro Mário Dionísio que estamos prestes a visitar? Será que se
deve ao facto do local se encontrar numa «planície ou terra baixa e plana» como
definiu Viterbo? É possível.
A Casa da Achada - Centro Mário Dionísio –
começa por explicar Eduarda Dionísio – nasceu do desejo e intenção de mostrar às
pessoas do bairro e arredores, o espólio literário e arquivo pessoal do pintor,
escritor e professor Mário Dionísio. Aqui podem encontrar desde livros, quadros
e outras obras muito importantes que ajudam a compreender quem foi este ilustre
artista português.
Nascido em Lisboa, mais precisamente nos Anjos,
no dia 16 de Julho de 1916, Mário Dionísio viveu uma infância muito feliz,
entre as máscaras que o pai lhe vestia e a vida de estudante, primeiro no Liceu
Camões, no Liceu Gil Vicente e mais tarde em Évora, lugares importantes para a
adopção de uma postura contra a ditadura.
Para além da sua actividade como professor do
ensino liceal e secundário, Mário Dionísio teve uma forte ligação à pintura e
às artes plásticas. Na verdade, muitos dos quadros que integraram várias exposições
(sempre muito controladas pela censura) estão presentes nesta sala!
É o
exemplo curioso da obra «Pintura» que, construída a partir
de uma outra que já teria sido criada anos antes, viria a ser apreendida pela
PIDE durante a II Exposição de Artes Plásticas em 1947.
Mas as obras deste artista não ilustravam
apenas os problemas da sociedade daquela época, refere Eduarda. Para comprovar
a versatilidade do pintor, mostra-nos não só os retratos que fez da sua esposa
Maria Letícia e filha nos anos 40, que nada tinham que ver com o carácter
interventivo de outros quadros, como também algumas pinturas abstractas cheias
de cor mas que, por não terem figuras, tornavam-se um pouco difíceis de
compreender!
Logo de seguida, somos surpreendidos pelo Coro
da Achada que cantou o poema «Gafanhoto Caracol», demonstrando assim, que a
Casa da Achada também tem um lugar para a música popular portuguesa!
Terminada esta primeira parte, estavam já à nossa
espera três amigos do Centro Mário Dionísio que tinham preparado dois jogos
que participaríamos alternadamente entre os dois grupos. Enquanto uns, através
de uma pista, teriam de encontrar um quadro e “redesenhá-lo”, outros procuravam
na biblioteca do artista, pistas escondidas nos livros que, colocadas na posição
correta, ilustravam a capa de um conto que seria lido no fim do jogo.
Lá fora, no terraço, um grande mural esperava pelas nossas
pinturas! Era a nossa vez de, com pincéis e tintas coloridas, desenhar à vontade
da nossa imaginação.
No coração do bairro da Mouraria, a Casa da
Achada – Centro Mário Dionísio convida grandes e pequenos a sentar, a ver, a escolher
e a admirar a inspiradora obra artística de Mário Dionísio!
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Eduarda apresentou-nos a vida e a obra do seu pai: o artista português Mário Dionísio |






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Música Popular Portuguesa da autoria de Mário Dionísio cantada pelo Coro da Achada |















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